Em reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de São Paulo, a ginasta Jade Barbosa, 17 anos, contou a forma absurda como é tratada pelos treinadores e dirigentes da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).
Ela afirma que competiu no sacrifício, devido a fortes dores no
punho e era obrigada a tomar medicamentos em doses muito acima do
recomendado por especialistas ouvidos pelo jornal. Devido a forte
medicação, freqüentemente tinha vômitos e se sentia fraca na maior
parte do tempo.
Além disso, não permitiam que ela bebesse água. Sim, é isso mesmo. Proibida de beber água!
“Não podíamos tomar água. Era proibição dos técnicos. Podíamos
no máximo dar borrifadas de uma garrafinha com spray na boca, tentar
refrescar o corpo, mas, ainda assim, isso era feito escondido.”
Para ela, a medida, que vigora desde que chegou à seleção em 2005, pode ter desencadeado seu problema de pedras no rim. “Quando
tive crise renal e pedras nos rins, fui orientada pelo médico a tomar
1,5 litro de água por dia, mas tive restrições e tinha que ouvir
piadas: “Lá vai a Jade tomar a agüinha”. E, se pedia água, davam
quente, esquentada no microondas, e eu não conseguia tomar. No Japão,
no desespero, porque fechavam o registro do filtro, tomei a água do
chuveiro. Hoje tenho cinco pedras nos rins.”
A atleta diz que só decidiu falar após constatar que o estafe da CBG
omitiu a gravidade de sua lesão, que fará com que perca a finalíssima
da Copa do Mundo (em dezembro) e pode até encurtar sua carreira. O pai
da atleta já disse que irá processar a entidade por “negligência”.
Taí mais um belo exemplo dos dirigentes que querem organizar os jogos olímpicos em 2016.
Foto: Globoesporte.com