Um filme simplesmente, foda.
Pesadelo ao vivo
REC consegue obter aquilo que “Cloverfield, o Monstro” tinha como meta e não conseguiu: incomodar a platéia com imagens fortes e surpreendentes com sua câmera subjetiva. A câmara subjetiva, para os leigos, pode ser definida como “a câmara que funciona como se fosse o olho do ator”, ou “enxergar pelos olhos de um ator”, e, ainda, representar o “ponto de vista” de um personagem. É um recurso da linguagem cinematográfica cuja proposta é “pegar a realidade”, “captar o tempo real” dos acontecimentos. Em vez da monstruosa ruindade de “Cloverfield”, a melhor referência na indicação do uso da câmara subjetiva em relação à “REC” é identificá-lo com “A Bruxa de Blair” (2003), com o qual os diretores estreantes Daniel Myrick e Eduardo Sánchez conseguiram transportar para a platéia uma real sensação de medo e pavor.
“REC” não é um filme qualquer. Fenômeno de público na Espanha - seu país de origem, onde arrecadou oito milhões de euros - e no cenário internacional - 27 milhões de dólares em 17 países -, conquistou 16 prêmios internacionais (festivais em Armsterdã, Canadá, França, Portugal, Espanha, entre outros), e neste ano, sob a direção de John Erick Dowdle, ganhou um “remake” hollywoodiano, “Quarentine”, de 12 milhões de dólares, com Jennifer Carpenter e Jay Hernandez.
Terror psicológico, “REC” se inicia sem dramaticidade para ganhar um “crescendo” de pesadelo ao vivo. A repórter Ângela Vidal (Manuela Velasco, de “A Lei do Desejo”) e o cinegrafista Pablo (Pablo Rosso) se preparam para acompanhar, numa noite, o trabalho de uma equipe do corpo de bombeiros. O que parecia uma tarefa simples para eles e rotineira para os profissionais, transforma-se num tormento infernal.
Ao adentrar num prédio para atender a uma velhinha que, segundo os moradores, passa muito mal, eles se deparam com pessoas contaminadas com um vírus mutante que ninguém sabe o que é ou de onde veio. Esses “infectados” agem como zumbis e autênticos canibais. Todas as situações são vistas através da câmera de Pablo e todos entram em desespero quando as autoridades colocam o prédio em quarentena e cortam a energia elétrica. Para piorar, as vítimas da velhinha também passam a atacar sob o efeito do vírus.
Balagueró, 40, graduado em comunicação como jornalista e radialista, ficou conhecido no Brasil como “A Sétima Vítima” (Darkness, EUA-Espanha, 2003, com Anna Paquin e Lena Olin), realizou uma obra de narrativa dura, tensa, vertiginosa e impregnada de medo e pavor. Filmado num prédio que serviu como locação e “set”, o diretor utiliza-se bem do artifício de “criar sustos” - num desses momentos, o corpo de um dos bombeiros cai de uma escada entre os atores num momento de tensão, e, apanhados de surpresa, têm suas reais reações de susto captadas pela câmera.
As restrições se fazem quanto ao fato do enredo proporcionar poucas informações sobre a origem da raiva virótica. Mas, como o que vale é a proposta do diretor, “REC” impõe-se como eficiente obra de terror, credenciada pelo restrito tempo de duração - apenas 80 minutos -, na inteligente e inventiva criação do clima claustofóbico e medo em seqüências nas quais um jogo de luz e sombras e a câmera em trepidação causam efeito dramático impactante sobre a platéia.
Com isso, “REC” assume ao lado do ótimo “Abismo do Medo” (The Descent, Inglaterra, 2005), de Neil Marshall, um lugar entre os melhores filmes de terror da década, além de se postar como a nova referência de qualidade entre as películas do gênero que utilizam, com criatividade, a câmera subjetiva.
- 6% das pessoas que viram o filme morreram do coração.
- Trailer (caso vc tenha algum problema cardíaco, sugiro não vê-lo, pois a chance de vc morrer é alta, eu diria que é de 28%) [+true, susto podem atacar o coração!]
- Trailer
1
https://www.youtube.com/watch?v=ib5ZSj6ST0U&2https://www.youtube.com/watch?v=OeaUokzE9fI&
Reações do público assistindo o filmehttps://www.youtube.com/watch?v=nfgZlMYj_NU&Comentários
Pesadelo ao vivo
REC consegue obter aquilo que “Cloverfield, o Monstro” tinha como meta e não conseguiu: incomodar a platéia com imagens fortes e surpreendentes com sua câmera subjetiva. A câmara subjetiva, para os leigos, pode ser definida como “a câmara que funciona como se fosse o olho do ator”, ou “enxergar pelos olhos de um ator”, e, ainda, representar o “ponto de vista” de um personagem. É um recurso da linguagem cinematográfica cuja proposta é “pegar a realidade”, “captar o tempo real” dos acontecimentos. Em vez da monstruosa ruindade de “Cloverfield”, a melhor referência na indicação do uso da câmara subjetiva em relação à “REC” é identificá-lo com “A Bruxa de Blair” (2003), com o qual os diretores estreantes Daniel Myrick e Eduardo Sánchez conseguiram transportar para a platéia uma real sensação de medo e pavor.
“REC” não é um filme qualquer. Fenômeno de público na Espanha - seu país de origem, onde arrecadou oito milhões de euros - e no cenário internacional - 27 milhões de dólares em 17 países -, conquistou 16 prêmios internacionais (festivais em Armsterdã, Canadá, França, Portugal, Espanha, entre outros), e neste ano, sob a direção de John Erick Dowdle, ganhou um “remake” hollywoodiano, “Quarentine”, de 12 milhões de dólares, com Jennifer Carpenter e Jay Hernandez.
Terror psicológico, “REC” se inicia sem dramaticidade para ganhar um “crescendo” de pesadelo ao vivo. A repórter Ângela Vidal (Manuela Velasco, de “A Lei do Desejo”) e o cinegrafista Pablo (Pablo Rosso) se preparam para acompanhar, numa noite, o trabalho de uma equipe do corpo de bombeiros. O que parecia uma tarefa simples para eles e rotineira para os profissionais, transforma-se num tormento infernal.
Ao adentrar num prédio para atender a uma velhinha que, segundo os moradores, passa muito mal, eles se deparam com pessoas contaminadas com um vírus mutante que ninguém sabe o que é ou de onde veio. Esses “infectados” agem como zumbis e autênticos canibais. Todas as situações são vistas através da câmera de Pablo e todos entram em desespero quando as autoridades colocam o prédio em quarentena e cortam a energia elétrica. Para piorar, as vítimas da velhinha também passam a atacar sob o efeito do vírus.
Balagueró, 40, graduado em comunicação como jornalista e radialista, ficou conhecido no Brasil como “A Sétima Vítima” (Darkness, EUA-Espanha, 2003, com Anna Paquin e Lena Olin), realizou uma obra de narrativa dura, tensa, vertiginosa e impregnada de medo e pavor. Filmado num prédio que serviu como locação e “set”, o diretor utiliza-se bem do artifício de “criar sustos” - num desses momentos, o corpo de um dos bombeiros cai de uma escada entre os atores num momento de tensão, e, apanhados de surpresa, têm suas reais reações de susto captadas pela câmera.
As restrições se fazem quanto ao fato do enredo proporcionar poucas informações sobre a origem da raiva virótica. Mas, como o que vale é a proposta do diretor, “REC” impõe-se como eficiente obra de terror, credenciada pelo restrito tempo de duração - apenas 80 minutos -, na inteligente e inventiva criação do clima claustofóbico e medo em seqüências nas quais um jogo de luz e sombras e a câmera em trepidação causam efeito dramático impactante sobre a platéia.
Com isso, “REC” assume ao lado do ótimo “Abismo do Medo” (The Descent, Inglaterra, 2005), de Neil Marshall, um lugar entre os melhores filmes de terror da década, além de se postar como a nova referência de qualidade entre as películas do gênero que utilizam, com criatividade, a câmera subjetiva.
- 6% das pessoas que viram o filme morreram do coração.
- Trailer (caso vc tenha algum problema cardíaco, sugiro não vê-lo, pois a chance de vc morrer é alta, eu diria que é de 28%) [+true, susto podem atacar o coração!]
- Trailer
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https://www.youtube.com/watch?v=ib5ZSj6ST0U&2https://www.youtube.com/watch?v=OeaUokzE9fI&
Reações do público assistindo o filmehttps://www.youtube.com/watch?v=nfgZlMYj_NU&Comentários
Acabei de ver o filme, ja tinha visto a recomendação numa comunidade sobre cinema de terror no Orkut, mas não tinha levado muito a sério, ja que imitações de Blair Witch Projetc não animam ninguém. Ainda mais com esse Cloverfield rolando, que me parece partir mais ou menos dessa mesma premissa de "câmera nervosa em primeira pessoa".
Acontece que esse filme não é, para a superação de meu preconceito, apenas uma imitação de Blair Witch, mas um filme bem original, variado e com uma direção e edição impecável, mostrando todas as maneiras possíveis de se apavorar um expectador utilizando apenas uma câmera na mão e ótimos atores.
A direção de fotografia é impressionante, conseguindo, em meio a cenas que às vezes parecem caóticas e até mambembes, como seria de se esperar de algo produzido da meneira que foi, desenvolver cenas em enquadramentos muito refinados. Tira proveito dos efeitos de claro/escuro de maneira a intensificar o ritmo da narrativa. O filme é visualmente muito bonito, ao contrário de outros tantos filmes de "câmera nervosa em primeira pessoa". Inclusive a narrativa em vários momentos tira proveito do fato de a captação ser, dentro da história, feita com uma câmera e não com um observador onipresente.
A história em certas horas pega pesadíssimo, o que contribui pra deixar o expectados com os nervos à flor da pele. Lamento muito ter assistido o filme na tela do computador, captado da uma exibição de cinema. Pelo menos meu som é bom, mas assistir no filme numa sala de cinema de verdade deve ser uma experiência aterradora.
Por um usuário de outro forum.
Última edição por S0CRAM em Ter 25 Nov 2008, 4:22 pm, editado 1 vez(es)